“É que a desgraça, tão comum, de Clara, se lhe apegara à sensibilidade precisamente por ser comum, por significar menos um destino individual do que uma fatalidade pesando sobre todo um grupo humano.”
“Clara dos Anjos é um desabafo onde se sente o timbre da verdade”
(Lúcia Miguel Pereira)
Uma obra do calibre de Clara dos Anjos tem muito pano para manga. Nesse espaço, escolhemos algumas temáticas mais centrais da obra para analisar levando em consideração o contexto de produção e também a materialidade linguística.
O Rio de Janeiro, na virada do XIX para o XX, assim como hoje é dividido entre a cidade maravilhosa no centro e nas belas praias e a cidade negligenciada e marginalizada. Na página sobre o Rio de Janeiro, trabalhamos com as fotografias de uma cidade em pleno desenvolvimento urbanístico da Belle Époque e com as descrições cruas de um subúrbio abandonado.
A questão do preconceito e do lugar do negro na sociedade carioca do início do século XX é um dos temas mais centrais do livro. Por isso fazemos uma análise das relações étnicas explicitadas no texto de Lima Barreto, escritor negro e pobre, levando em consideração as políticas de embranquecimento da raça vigentes na época.
Clara, uma verdadeira heroína romântica é traída por suas próprias fantasias amorosas. Nós analisamos as concepções de amor de Clara, Cassi, do narrador e também consideramos o amor materno de Engrácia e Salustiana.
O espaço ocupado pelas mulheres no início do século XX era pequeno e coadjuvante. O espaço relegado a mulheres negras, por sua vez, era menor ainda. Nessa página, trazemos questões relativas à existência feminina na época, com ênfase nos textos de lei que, supostamente, protegiam o gênero feminino.