Joaquim dos Anjos era carteiro, apreciador de modinhas e do violão, era um homem de bom coração. Ele é descrito como um homem pouco ambicioso e de boa-fé, tendo confiança nas outras pessoas. Apesar disso, Joaquim não recebe bem Cassi Jones. Ao contrário de sua esposa, Engrácia, Joaquim não nutre grande fé.
“Um dos traços mais simpáticos do caráter de Joaquim dos Anjos era a confiança que depositava nos outros, e a boa-fé. Ele não tinha, como diz o povo, malícia no coração. Não era inteligente, mas também não era peco [idiota]; não era sagaz, mas também não era tolo; entretanto, não podia desconfiar de ninguém, porque isso lhe fazia mal à consciência. Não se diga que, às vezes, não recebesse certos conhecimentos com reservas e cautelas; tal coisa, porém, era rara” (grifos nossos)
Outro grande traço de Joaquim é seu amor pela música e sua facilidade na execução da flauta e na composição de melodias de polca. Sem ter condições para oferecer educação musical a sua filha, ensinou-a a ler e copiar partituras.
Escute à modinha "Cruzes, minha prima!", de João Antônio da Silva Calado Jr, citada no primeiro parágrafo do livro Clara dos Anjos. Esse era o estilo musical preferido por Joaquim dos Anjos, com sonoridade do instrumento musical que tocava: a flauta.
“Jamais lera jornais habitualmente. Se tomava um e tentava ler qualquer coisa, logo lhe vinha o sono. [...] Não compreendia um desenho, uma caricatura, por mais grosseira e elementar que fosse. Para que pudesse receber qualquer sensação duradoura e agradável, era-lhe preciso o "som", o "ouvido". [...] Música, desde que fosse aquela a que estava habituado, encantava-lhe; canto, mesmo acima da trivial modinha, arrebatava-o; versos, quando recitados, apreciava muito; e um grande discurso, cujos primeiros períodos ele não seria capaz de lê-los até ao fim, entusiasmava-o, fosse qual fosse o assunto, desde que o dissesse grande orador. [...]” (grifos nossos)